Hoje, tive a oportunidade de conhecer um pouquinho mais sobre uma árabe (local de Dubai) e gostaria de dividir com vocês.
Não sei bem como a conversa começou, mas o assunto logo foi para o Ramadan - como de costume nessa época do ano.
Segundo o Islã, quando as mulheres muçulmanas estão "naqueles dias", ou seja, no período mestrual, não podem rezar. O que eu não sabia era que elas são liberadas de determinados rituais como o jejum no Ramadan.
Graças a ela, soube que as mulheres podem comer durante esses dias, porém há alguns contratempos. Como os restaurantes e praças de alimentação ficam parcialmente fechados (eles usam cortinas ou tampam com papéis os vidros e portas) para que os muçulmanos não sofram ao ver a comida, elas não têm muito para onde ir.
O dilema é: Onde comer? Como comprar a comida? Isso porque elas não gostam e não devem se expor. Se uma mulher dessa religião entra em uma cafeteria, por exemplo, os muçulmanos vão saber que ela está mestruada (coisa que elas preferem não revelar abertamente) e as pessoas que não seguem o Islã sempre ficam observando-a com um ponto de interrogação: o que ela está fazendo aqui se não pode comer?.
Para a gente que não faz o jejum, é relativamente fácil encontrar locais que vendam comida. Alguns restaurantes só oferecem o famoso "take away" e outros liberam áereas específicas para se comer - obviamente com todo o cuidado de fechá-lo.
Nas empresas existem as cozinhas para que as refeições sejam feitas e até mesmo para que seus funcionários possam beber água/chá/café/etc. Toda vez que você tiver sede no seu local do trabalho, o certo é andar até essa área especial, entrar e beber somente lá.
Eu, particularmente, nunca vi nenhuma muçulmana nesses lugares. Nessa época do ano, a cozinha fica sempre com gente em todos os horários, afinal sempre tem alguém matando a sede ou a fome. Nunca me deparei com nenhuma mulher que siga o Islã lá dentro.
Soube por essa local que elas procuram se informar dos horários mais vazios, de preferência sem ninguém mesmo, para realizar suas refeições sem que tenham que encarar olhares curiosos.
Para ajudá-la, aceitei de imediato o seu pedido, muito sem graça, para que comprasse a comida dela no restaurante. Fui até lá, fiz o pedido, falei que queria o take away e fomos procurar alguma sala para ela comer sem que ninguém a pertubasse. Foi difícil achar porque não existem locais especiais para esse tipo de situação, portanto tivemos que ir para a escada de emergência.
(Fotos: Internet)
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